Porto Velho, RO - O ano eleitoral ainda não começou oficialmente, mas as movimentações dos partidos e seus nomes mais fortes já dão uma fotografia bastante nítida do que pode vir por aí em 2026. A seguir, um panorama objetivo das articulações, forças e desafios que começam a desenhar a disputa para a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal. 1. A Força dos Deputados com Mandato
Se as eleições fossem hoje, a vantagem dos parlamentares que já estão no exercício do mandato seria evidente.Na prática, quem já está no cargo possui uma musculatura política maior — seja por presença nos municípios, seja pela capacidade de investimentos em bases eleitorais ao longo do mandato.
O motivo é claro: as emendas parlamentares impositivas, que ultrapassam R$ 20 milhões por deputado, criam um ambiente desigual na disputa.
2. Como os Partidos Chegam para a Disputa
A projeção atual mostra o seguinte cenário:
União Brasil / Progressistas (UB/PP)
→ Devem entrar com pelo menos 5 deputados estaduais já com mandato.
Republicanos
→ Devem ter 4 deputados estaduais buscando reeleição.
PRTB
→ Deve lançar 1 deputado que hoje exerce mandato.
PSD
→ Entra com 2 deputados que já estão no cargo.
PL – Partido Liberal
→ Deve ter 4 deputados buscando renovar seus mandatos.
Federação PT/PV/PCdoB
→ Deve lançar 1 deputado com mandato.
PRD
→ Projeção de 4 deputados disputando reeleição.
MDB
→ Deve ter 2 deputados.
Podemos
→ Deve ter 1 deputado na disputa.
Avante
→ Segundo projeção, é o único partido que não deve apresentar nomes com mandato para deputado estadual em 2026.
3. Desigualdade na Disputa: Um Debate Presente
A grande questão que tem sido levantada nos bastidores é a diferença estrutural entre:
-deputados com mandato, que chegam com visibilidade, recursos e base formada
-novos nomes, que precisam correr contra o tempo e contra a força política e financeira já instalada
O uso das emendas impositivas como fator de influência eleitoral é constantemente citado como ponto de debate, tanto por analistas quanto por pré-candidatos.4. O Desafio da Participação Feminina
Um ponto sensível permanece: a participação das mulheres.
A sucessão de ações judiciais relacionadas à cota de gênero tem criado um ambiente de insegurança jurídica e política. Muitas mulheres têm receio de se candidatar e, depois, enfrentar possíveis punições, denúncias ou acusações de chapas irregulares.Esse cenário ajuda a explicar a dificuldade dos partidos em formar nominatas femininas competitivas e seguras.
5. Vereadores de Porto Velho na disputa
A Câmara Municipal de Porto Velho segue como tradicional “berço” de deputados estaduais.
Para 2026, pelo menos 13 vereadores já manifestaram interesse em disputar a ALE/RO.
Historicamente, o legislativo municipal sempre emplacou 3 a 4 vagas na Assembleia, em 2022 foi só um — e a tendência para 2026 segue essa mesma linha.6. Rumos para a Câmara Federal
O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, deve disputar uma vaga na Câmara Federal e, segundo movimentações internas, deverá se filiar ao PL.
Há quem aposte que Hildon pode ultrapassar a marca de 50 mil votos, o que, se confirmado, o colocaria entre os mais votados do estado.Mas há pontos ainda indefinidos:
A deputada federal Ieda Chaves (União Brasil) deve disputar a reeleição, mas sua filiação partidária é alvo de especulação:
UB, PL ou Republicanos?
Essa definição pode reorganizar blocos inteiros.
7. O Retorno de Mariana Carvalho
O Republicanos trabalha discretamente — mas com firmeza — o nome da ex-deputada federal Mariana Carvalho para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
Mariana, com histórico eleitoral consolidado e forte presença em Porto Velho, é vista como um nome capaz de mexer no tabuleiro e atrair novas composições. A confirmação deve movimentar os bastidores nos próximos dias.8. Conclusão: Um Cenário Ainda em Definição
Faltando menos de um ano para o início das campanhas, o que se vê é:
-partidos estruturando nominatas fortes
-deputados com mandato largando na frente
-desafios claros para novos nomes
-movimentos importantes rumo à Câmara Federal
-incertezas que podem reorganizar alianças
O jogo está apenas começando.
Mas, para quem acompanha a política rondoniense, o tabuleiro já revela suas peças — e algumas já começaram a se mover com força.
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